Uma leve pesquisa na minha caixa de entrada nos 6.759 emails que recebi pelo blog indicou algumas coisas interessantes. Isto foi dentro do grupo de pessoas que estão ou querem começar seu negócio de doces:

  • Os que estão começando têm vergonha de vender
  • Os outros não começam pelo mesmo motivo

Não vou dizer aqui que sei altas técnicas de venda, que eu vendia a cada piscar de olhos ou que eu sou a desinibição em pessoa. Minha mãe me ensinou que é muito feio mentir. Então vos digo de antemão que eu sou péssima em me vender. E isto é não é lá muito bom na área de consultoria em Tecnologia. Mas, ao contrário da D. Adelice que acha que batom não tem prazo de validade, eu procuro aplicar lógica para superar este problema.

Então, seja lá o que eu esteja oferecendo para algum potencial cliente, eu uso estes três passos nesta ordem.

1 – Procure o público certo

Normalmente, o que nos impede de oferecer o produto é o medo de rejeição. Os mais iluminados vão te dizer que “o pior que pode acontecer é um não”, mas é justamente isto que assusta. Você precisa saber que nem todo não é um sinal de fracasso seu. Às vezes, simplesmente: o cliente não tem dinheiro; não gosta especificamente de cupcakes/brownies/brigadeiro; não quer naquele momento, etc.

Se eu chegar aqui falando sobre as vantagens de performance do SSD em um servidor cloud ou postar somente sobre uma música que não saiu da minha cabeça esta semana, as chances de eu perder a atenção de vocês é enorme. Mas e se eu fosse alguém vendendo água mineral gelada ao longo de um trajeto de maratona?

Então, o que você pode fazer para minimizar as chances de rejeição é ir direto para lugares onde estão as pessoas que mais aceitam o seu produto. Como isto aqui é um blog de doces, suponho que você os venda. Então, pontos bons para vendas e parcerias são lanchonetes, padaria, escolas (dentro e fora), repartições públicas, restaurantes…

Não sei na cidade de vocês, mas por aqui onde tem uma parada de ônibus, empresa grande, uma obra e uma escola/universidade, tem uma senhora com 1 ou 2 auxiliares/amigas com um tabuleiro (ou o porta-malas de um carro popular) vendendo bolo, suco e café entre 6 e 9 da manhã. E, conforme o dia passa, dá para ver que aparecem outros vendendo almoço, salgados e caldos.

Tenha confiança no seu produto

Tudo começa com o seu produto, seja ele cupcake, brownie, brigadeiro ou havaianas com pedrarias. Conheça o seu produto, explique como ele é feito, sabores/variações disponíveis e se tem algum diferencial (sem glúten, light, fit, diet, orgânico). Se for coisa nova na sua cidade/seu público, simplifique: cupcake é um bolo pequeno, brownie é um bolo de chocolate, cake pop é um bolinho no palito e por aí vai.

Se você está muito inseguro(a), leve amostras. Pode ser mini-cupcake ou pedaços menores do seu brownie. Está no código genético do brasileiro ser atraído automaticamente por amostras grátis. Quem sabe até um cafezinho para acompanhar?

Já contei por aqui que tenho um cachorro (Kadu, um York) e um gato (Sr. Dr. Professor Gatinho Biscoito Siamês Phd, 99% misturado e 1% psicopata). Eu os acho lindos, o cachorro faz xixi em todos os móveis e o gato no Xbox, mas são lindos. Muitas outras pessoas também acham. Daí, para ter certeza de que o seu produto é bom, force-o goela abaixo dos seus amigos e familiares sem dó nem piedade. Acredite eles não vão reclamar. Pela minha experiência, vizinhos estão sempre dispostos a emprestar a boca. Sem falar que você já pode estar fazendo sua cartela de clientes e nem estar percebendo.

Com a certeza de um produto bom, testado e aprovado, o possibilidade de um “não” vai ficando lá para trás. (E o medo dele também)

Saiba negociar o preço

Bom, você já conseguiu chegar no cliente, mostrou seu produto e agora? Quanto eu cobro? Como eu cobro? Para começo de conversa, nem saia de casa antes de saber quanto você gasta para fazer um cupcake. Sem saber isso, você pode acabar pagando os outros para comer seus doces. Então, vá para as milhares (milhares = 3 planilhas e 1 calculadora online) de opções que temos aqui neste blog fofo para calcular o custo da receita. Vai lá que eu espero…

Ok, agora que você já sabe que seu cupcake de baunilha custa R$1,00, por exemplo, você tem 3 possibilidades:

  1. Se estiver negociando com um parceiro comercial, como lanchonetes ou padarias, você pode vendê-los de R$1,50 a 2,00, pois você vai ganhar aqui no volume;
  2. Se seu cliente for pessoa física encomendando para festas, o preço poderia ser R$2,00 inicialmente. Além disso, você pode dar descontos no volume e na quantidade de pedidos que a pessoa já fez;
  3. Se você quer vender direto para o cliente final, você poderia cobrar R$2,50.

Os valores acima são apenas exemplos de como cobrar de cada cliente. Lembre que às vezes você pode ter que abrir mão de um lucro maior para manter/ganhar o cliente.

E agora?

Não vai adiantar nada do que falei se você não se apresentar bem e ser simpático(a). Vá nos locais que já conhece, peça que amigos e familiares indiquem você, use a sua rede de contatos.

Quando eu trabalhei no Governo do Estado ano passado, passei a levar doces para os colegas de sala, mas nem sempre o pessoal das outras salas conseguia provar. Eventualmente, alguns perguntaram se eu vendia/aceitava encomendas ou que eu deveria vender. É aí que você tem que ver oportunidades e aproveitá-las.

Leitura extra

Como sei que pouco sei, seguem aí outros links bacanas para ajudar vocês a saírem por aí vendendo até geladeira para esquimó:

Quem tiver dicas, deixe abaixo nos comentários!

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