Trabalhar a partir de casa não é fácil. Quando se trabalha na frente do computador então, é 3.234 vezes pior (eu calculei). É uma interrupção a cada 15 minutos. As pessoas tendem a interpretar a sua presença em casa como um status de disponível o tempo todo. Elas esquecem – ou simplesmente não se importam – que você tem rotina e afazeres. É por isso que eu tenho ido pra cozinha no meio da noite, ninguém me interrompe, ninguém fazendo barulho, nenhum menino de cueca me dizendo que quer tomar Toddy.

Isso me frustra demais. Eu deveria colocar uma porta no meu home office (ex-dependência de empregada), a minha quebrou e nunca coloquei outra no lugar. Preciso da minha rotina para poder fazer as coisas funcionarem e eu poder viver de Internetz. E também para eu poder comprar coisas e me arrepender disso depois. Este é o assunto de hoje.

Pensei nisso porque estou querendo comprar uma máquina de cupcake, mas tenho certeza que vou usar por uns meses e depois ela vai para a prateleira em cima dos armário, que é praticamente o céu dos eletroportáteis aqui em casa.

1 – Fritadeira

 Esta fritadeira elétrica da Mondial foi adquirida como suor do Sérgio. Se não falei ainda, o cônjuge é economiário, essa gente boa que trabalha na Caixa Econômica. E eles tem um programa de pontos/parceiros chamado Mundo Caixa, onde dá pra resgatar de recarga para celular a ar-condicionado.

Não lembro quantos pontos ela custou, mas já deve ter uns 2 ou 3 anos.

Adorei: ela é num tamanho bom, esquenta bem, vem com um refil (ou 2) pro filtro de fumaça. Tem timer, dá para regular a temperatura. A cestinha encaixa no topo da máquina para deixar o óleo escorrer. Se a memória não falha, ela comporta cerca de 1,5l ou algo assim de óleo.

Nunca mais usei: A casa estava numa fase batata frita e coxinha, mas a dona Saúde bateu na porta e deu um tapa na cara de todo mundo. E ainda saiu apertando os pneuzinhos de cada um com uma cara feia.

2  – Sorveteira

A sorveteira da Arno foi uma compra de impulso pensada (?). Sou aquele tipo “especial” (sim, com aspas) de pessoa que toma sorvete o ano todo. Pode estar nevando lá fora que eu vou estar com a cara dentro de um litro de sorvete no sofá assistindo TV. Considerei a Yonanas, aquela em que você congela frutas e passa elas pela máquina até sair algo parecido com um frozen. Mas tem dias no ciclo de uma pessoa que ela precisa de uma proporção precisa de gordura, chocolate e açúcar que fruta nenhuma oferece. Pesquisei bastante e comprei a da Arno.

O chato destas sorveteiras caseiras é que a maioria precisa que o pote fique no congelador por algumas horas antes de ficar mexendo o sorvete.

Adorei: ela é linda, não faz barulho, não incomoda ninguém. Com meia hora, você tem sorvete cremoso e aerado.

Nunca mais usei: depois dos primeiros meses, passei um longo período sem usar e quando a gente trocou olhares na cozinha, senti que ela não me amava mais. Mesmo deixando a tigela no freezer por 2 dias, ela esfria a massa mas não congela. Antes a gente via as bordas de sorvete congelado, hoje, fica tudo mole. Não sei se fui algo que eu fiz, ou disse, tentei de tudo, mas nossa relação nunca mais foi a mesma.

3 – Mixer de mão

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Este também é cortesia do mundo caixa. Acho que este mixer da Suggar me custou uns 50 reais (em pontos) ou menos, era uma promoção. Ele vem com um copo de 1 litro e apenas 1 lâmina. A minha ideia era fazer vitaminas e mexer as coisas diretamente na panela como eu via o Jamie Oliver fazer na TV.

Adorei: é prático demais, você pega qualquer pote, liga o mixer que tem duas velocidades e pronto, tudo mexido. Sem reclamação de potência. Belezura para lavar.

Nunca mais usei: o cabo é curto de mais. Se eu quiser panela e mixer no mesmo lugar, a panela quente tem que ir pro outro lado da cozinha ou eu tenho que pegar uma extensão. Também quebrei o copo e não faço ideia (nem tenho interesse) de como repor. Hoje em dia, o mixer é usado quando o molho branco empelota ou se o copo do liquidificador tá sujo e preciso misturar meu nescau com manteiga de amendoim 🙂

4 – Mini-processador de alimentos

O fato das pessoas confiarem em mim com um cartão de crédito é algo que me causa espanto. Este mini-processador me conquistou na fofura e na solidez da marca Black & Decker . Mas esta fase de comprar bobagem já passou. Já consegui cortar – física e financeiramente – da minha vida 5 cartões de crédito. Fiquei só com um e ele está sob controle.

Este também foi de tanto ver as pessoas processando as coisas na TV. Acho que se eu parar de ver TV e Youtube, eu paro de comprar estas coisas.

Adorei: É pequeno, cabe em qualquer canto e custou uns 80 reais.

Nunca mais usei: logo na primeira semana, esta bagaça soltou uma mola, ruela, parafuso ou algo lá dentro. Foi necessário pedir ajuda pro meu técnico/marido, ou seja, 1 mês depois ele consertou (é assim também com vocês?). Ele funciona, mas não aguenta nem metade da capacidade. A lâmina para de funcionar se algo estiver simplesmente parecendo que vai ser duro. Ela é sensível com essas coisas. Fiz carinho, falei que tava tudo bem, mas foi diagnosticada com SPMP – Síndrome de produto mal planejado – e está encostada para todo o sempre.

Na cozinha de vocês tem algo encostado? Trabalhar em casa é fácil? O marido/parceiro/esposa/bicho de estimação ajuda?

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Atualizado em: 16 de maio de 2016